Castanheira do Vouga

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    Número de habitantes: 706

    Área: 3441 ha

    Lugares: Avelal de Baixo, Avelal de Cima, Castanheira do Vouga, Falgarosa, Falgoselhe, Igreja, Massadas, Redonda, Serra de Baixo, Serra de Cima, Talhadas e Vale da Galega

    Esta freguesia do Concelho terá sido naturalmente uma das mais referenciadas pelos estudiosos da Literatura Portuguesa, nomeadamente a partir de 23 de Outubro de 1826. Esta é a data da instalação e começo da estadia dos dois irmãos Castilho, um como pároco da aldeia, Dr. Augusto Frederico de Castilho, e o outro como seu acompanhante quase inseparável e como escritor, António Feliciano de Castilho, que marcou uma etapa notável na história da Literatura Portuguesa e que aí teve a oportunidade de escrever páginas brilhantes sobre a região que bem conhecia de longa data.

    A povoação de Castanheira do Vouga foi em tempos mais recuados, sede de um pequeno concelho que gozou de uma situação atraente e apreciada, nas encostas montanhosas entre os rios Vouga e o Alfusqueiro. Era designado  por Concelho de Castanheira da Beira e, no Censo de 1527, fazia parte do Cadastro da Beira. Pertencia ao Conde da Feira e era limitado por Mortágua, S. João do Monte, Préstimo, Bolfiar e Cequins, actual Assequins.

    A sua igreja, do século XVII, é já uma reconstrução posterior, em que foram aproveitados materiais anteriores quer na reedificação quer na ornamentação interior.

    A imagem de São Mamede, que é titular do templo e o orago da freguesia, é de madeira e ocupa lugar de destaque no altar principal. Na decoração geral do interior, podem ver-se, em retábulos especiais, a imagem de Santo António e, em relevo, as Almas do Purgatório, a imagem de São Miguel e a Trindade. Nogueira Gonçalves informa que havia nas paredes duas telas do século XVIII, em mau estado de conservação, representando a Virgem da Soledade e a Flagelação de Cristo.

    Perto da igreja, pode observar-se a pequena capela de São Jorge que encerra um  relevo do próprio orago, como homem de guerra a cavalo, dominando o monstro, obra do século XVII.

    Existe ainda a chamada capela do Espírito Santo com esculturas de pedra da Trindade e de Santo Amaro (séc. XVII) e, mais antiga, a de Santa Luzia.

    Dentro da programação das celebrações dos 200 anos do nascimento de António Feliciano de Castilho, foi urbanizado o terreno circunjacente da chamada Fonte de Castilho, também recuperada, tendo, sido erigído um monumento com o busto deste autor. Prevê-se também a restauração da antiga residência dos dois irmãos Castilho, na frente da qual existiu o afamado cedro do Poeta, plantado pelas suas próprias mãos.

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      Busto do Poeta António Feliciano de Castilho        Fonte de Castilho restaurada

    Fundamentalmente, pela situação da sua área territorial, a população de Castanheira do Vouga ficou ligada intimamente às actividades da agricultura e do aproveitamento da floresta, de acordo com os seus lugares dispersos nas pregas serranas, com vistas que podem satisfazer qualquer visitante apreciador da natureza envolvente.

    O pavoroso incêndio nas matas serranas da região, em1986, deu origem à construção de um monumento evocativo à memória dos bombeiros que então perderam a vida horrorosamente, na luta constante que tiveram que travar contra essa calamidade que continua a grassar o nosso país.

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